sexta-feira, fevereiro 03, 2012

São Bernardo inaugura República Terapêutica para atendimento de dependentes químicos

Serviço será articulado com o CAPS Álcool e Drogas adulto e será uma moradia transitória para as pessoas que estão em tratamento
Disponibilizar um espaço de qualidade para o acolhimento de adultos em situação de vulnerabilidade social ou com perda de vínculo familiar, que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas. Esse é o objetivo da primeira República Terapêutica para adultos, muitos em situação de rua, que a Prefeitura de São Bernardo do Campo em parceria com o Ministério da Saúde, irá inaugurar nesta quarta-feira (25/1), às 15h, na Rua Mediterrâneo, 137, Jardim do Mar, com a presença do Coordenador Nacional de Saúde Mental e Álcool e Drogas do MS, Roberto Tykanori e com a expectativa da presença do Exmo Sr Ministro da Saúde, Alexandre Padilha (a confirmar).
A República Terapêutica tem por proposta ser um espaço de moradia transitória, que atenderá 12 adultos, com histórico de abuso de substâncias psicoativas e com os vínculos familiares fragilizados que os impeçam de retornar ao convívio familiar ou social. Essas pessoas irão morar provisoriamente na casa, ao mesmo tempo em que participarão de projetos terapêuticos e de geração de renda desenvolvidos pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Álcool e Drogas de Adultos. O CAPS ad é a única porta de entrada da República Terapêutica.
A casa contará com cuidadores 24 horas e um técnico de nível superior que realizarão acolhimento; escuta qualificada; visitas domiciliares às famílias dos acolhidos com o intuito de resgate dos vínculos familiares e intrafamiliares; apoio para inclusão em projetos de geração de renda e profissionalização e atividades de reinserção na cidade (cultural, esporte…)
Esta Republica faz parte de uma rede integrada de atenção às pessoas em uso abusivo de álcool e outras drogas que já conta em SBC com uma República Terapêutica no Taboão, destinada a crianças e adolescentes. A previsão é que, até o final de 2012, a cidade tenha cinco Repúblicas Terapêuticas para adultos.
Em SBC a rede de serviços para tratar da prevenção e atenção às pessoas que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas é intersetorial e articulada através do “Conselho Municipal de Prevenção ao uso abusivo de Álcool e outras Drogas” – COMAD, de onde participam 11 áreas do governo municipal e a sociedade civil.
Na área da saúde esta rede, sempre em parceria com o Ministério da Saúde, conta, além das Repúblicas Terapêuticas, com dois Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (CAPS AD), 24 horas, sendo um adulto e outro infanto juvenil. Estes trabalham com a construção de projetos terapêuticos singulares, onde se busca apoiar cada um na reconstrução de seu projeto de vida, incluindo aí projetos de geração de renda e moradia, quando necessário. Os CAPS trabalham articulados com as Unidades Básicas de Saúde e a rede de urgência psiquiátrica e geral (UPAs).
Faz parte ainda desta rede o Consultório de Rua, dispositivo fundamental para que possamos estar junto com cada usuário, durante o dia e à noite, nos pontos de maior consumo da cidade, atuando na direção de fortalecer o vínculo com cada pessoa, desenvolver estratégias de redução de danos, ofertar ações de cuidado na rua e fazer a ponte com a rede de saúde. O consultório de rua conta com redutores de danos, médico de saúde da família, enfermeiro, psicólogo, terapeuta ocupacional e técnico de enfermagem e tem se mostrado fundamental na rede.
Com o funcionamento ininterrupto, 24 horas, os CAPS AD Adulto e o Infanto-Juvenil passaram a poder acolher os usuários no momento da crise, contando para isso com oito leitos em cada unidade.
Quando necessária a internação para desintoxicação clínica são utilizados leitos do PS Central, enquanto não se inaugura o Hospital de Clínicas do município (previsto para junho de 2012) que terá 20 leitos para desintoxicação clínica.
Assim a República Terapêutica que São Bernardo do Campo inaugura dia 25 de janeiro é parte de uma rede mais ampla de atenção às pessoas em uso abusivo de álcool e outras drogas, a maioria em situação de grande vulnerabilidade social, que ao contrário da política adotada por alguns municípios e pelo estado é orientada pelos princípios do cuidado em liberdade, da atenção integral e singular, da potência de projetos que incluam o sujeito em direção à sua autonomia e comprometida com o resgate da vida de cada um. Toda vida vale a pena!!
Fonte: Observatório de Saúde Mental & Direitos Humanos
26/01/2012

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