Segue o relatório referente aos grupos de trabalho realizados no Seminário do dia 02/03 na UERJ. Na ocasião foram divididos em 3 grupos: APs (1.0, 2.1, 2.2), APs (3.1, 3.2, 3.3), APs (4.0, 5.1, 5.2 e 5.3)
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DAS APs 1.0, 2.1 e 2.2
Nº de participantes: 19
RELATO DE EXPERIÊNCIAS DA SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA NAS ÁREAS
AP1.0
- PSF/CONSULTÓRIO DE RUA – trabalho conjunto realizado por profissional de saúde mental e equipe de saúde da família com população de rua. As equipes trabalham na lógica de redução de danos e do cuidado psicossocial.
- Participação dos profissionais da ESF no fórum de SM da AP 1.0.
- Reuniões mensais com o CPRJ, articuladora de saúde mental e equipes de saúde da família para discussão de casos e construção de projeto terapêutico compartilhado.
- Construção de fluxos de atendimento em SM para pacientes moradores das comunidades cobertas pela ESF.
- Uma Psiquiatra do CPRJ matricia uma médica do PSF do Caju.
- Paquetá – as psicólogas da unidade de saúde de Paquetá (UISMAV) realizam trabalho em conjunto com as equipes de SF, buscando construir um trabalho na lógica do matriciamento.
- Dificuldade de construção de agenda conjunta das equipes de SF e de saúde mental devido ao volume de tarefas e metas a serem cumpridas pelo saúde da família.
- Os ACS do PACS São Carlos e PSF do Caju participaram no ano de 2009 de várias oficinas de saúde mental organizadas por uma profissional de SM da CAP.
- Durante a existência do GAT foram realizadas várias ações de SM mental (oficinas, VDS conjuntas, discussão de casos, grupos com participação do profissional de SM, etc.).
- Profissionais treinados no curso BABEL: 4 médicos do PSF do Caju (1 médica foi transferida para o PSF Dona Marta e outra saiu da ESF), 4 enfermeiras do PSF do Caju e uma enfermeira do PSF Dona Zica.
AP 2.1
- O CAPS III Maria do Socorro , desde sua implantação em março de 2010, começou a desenvolver ações de aproximação com a as equipes de SF da Rocinha. Primeiramente, após as enchentes de abril/2010, realizou oficinas de saúde mental com os profissionais da atenção primária, a fim de mediar as demandas excessivas por benzodiazepínicos diante do sofrimento psíquico causado pelos desabamentos. Ao longo do ano, organizaram oficinas de sensibilização em saúde mental com as equipes de SF do Rinaldo De Lamare para iniciar o apoio matricial com estas equipes. Em seguida, expandiram as ações matriciais às equipes do SF Maria do Socorro e, recentemente, às equipes do Albert Sabin cobrindo, desta forma, toda a comunidade da Rocinha . A equipe do CAPS da Rocinha dividiu-se em duplas, cada qual como referência de matriciamento para 2 equipes de SF. Neste momento, o CAPS também está iniciando apoio matricial com as equipes do Vidigal e de Vila Canoas. A unidade contabiliza 29 equipes de SF com as quais realiza matriciamento.
- Há pouco tempo as equipes da atenção primária na Rocinha passaram a trabalhar com os receituários azul e especial, o que viabilizou o trabalho de matriciamento que, até então, necessitava das prescrições dos médicos do próprio CAPS, sobrecarregando este último com esta tarefa.
- Vários profissionais do CAPS III Maria do Socorro participaram das turmas 6, 7 e 8 do curso Babel, bem como enfermeiros e médicos atuantes no saúde da família da Rocinha.
- Três profisisonais da área realizaram o curso Babel em 2009 (dois do Instituto Philippe Pinel e 1 do CMS Manoel José Ferreira). Os campos de atuação de matriciamento destes profissionais foram 1 equipe de SF do Vidigal e as equipes 1 e 2 do Santa Marta (cada profissional com uma equipe). Ao longo daquele ano, as profissionais deram seqüência ao apoio matricial em suas equipes, mas em 2010 este trabalho interrompeu-se no Vidigal e em uma das equipes do Santa Marta, sendo que a profissional do CMS do Catete prosseguiu por mais alguns meses. Esta profissional apontava a dificuldade de dar visibilidade e de gerar uma produtividade à sua agenda de matriciamento, muito embora tivesse apoio da instituição em que está lotada. Refere desejo de retornar as ações de matriciamento com as equipes novas, localizadas na comunidade de Santo Amaro.
- Uma das equipes do Santa Marta possui uma médica que, após participação no curso Babel, passou a atender as demandas de saúde mental de sua área adscrita, mesmo depois da interrupção do apoio matricial da profissional de saúde mental referida à sua equipe.
- Uma médica lotada no CMS Manoel José Ferreira, com longa experiência em atenção psicossocial e em atenção primária realizou o curso Babel e, durante um período, desenvolveu ações matriciais na área.
- O CAPSAD CENTRA RIO (estadual) realizou entre 2009 e 2010 oficinas de sensibilização ao tema do uso prejudicial de álcool e outras drogas com cada uma das equipes de saúde da família existentes à època, objetivando estabelecer uma agenda mensal de discussão de casos com estas. No entanto, por problemas de funcionamento do próprio CAPSAD, aliado à dificuldade de custeio do transporte sobretudo dos ACS, o projeto sofreu descontinuidade. Naquele momento, foi colocada pela articulação de saúde mental e pela coordenação da CAP a necessidade de que o CAPSAD realizasse esta atividade nos módulos do SF, como forma de viabilizá-la já que as equipes de SF apresentam dificuldade de locomoção tanto por suas agendas intensas como pela falta de recursos financeiros.
- Participação dos profissionais da ESF no fórum de SM da AP 2.1.
- Em Vila Canoas, durante os anos de 2008 e 2009, foram realizadas ações de matriciamento, bem como oficinas terapêuticas de artesanato por uma profissional de saúde mental do GAT da AP 2.1.
- A profissional de saúde mental acima referida trabalha hoje na CAP 2.1 e realiza os introdutórios das equipes do saúde da família, nos quais aborda o tema da saúde mental.
- Atualmente, o ambulatório de psicologia do CMS João Barros Barreto conta com uma profissional que participava do GAT da AP 3.1, realizando ações de matriciamento.
AP 2.2
- Matriciamento realizado de forma estruturada por profissional de saúde mental lotado na CAP com visitas mensais aos módulos da ESF na área e supervisão com a UERJ.
- Participação dos profissionais da ESF no fórum de SM da AP 2.2.
- Psicóloga do CMS Heitor Beltrão realiza matriciamento do PSF do Borel com agenda semanal (1 turno para cada equipe, no total de 3 equipes e supervisão mensal com a UERJ). A profissional aponta uma inadequação de seus horários de atendimento ambulatorial com a agenda das referidas equipes, o que gera descontinuidade nas marcações de seus pacientes.
- A UERJ realiza matriciamento na área com a participação de docentes e alunos do Curso de Especialização em Psicologia Médica.
- PET Saúde Mental no Borel , Casa Branca e Parque Vila Isabel – parceria UERJ e SMSDC.
- Supervisão mensal com os matriciadores e UERJ.
- CAPS Mané Garrincha – acompanhamento de casos em parceria com as equipes da ESF.
- Durante a existência do GAT foram realizadas várias ações de SM mental (oficinas, VDS conjuntas, discussão de casos, grupos com participação do profissional de SM, etc.).
- Quase todos os profissionais da ESF participaram do curso Babel.
PROPOSTAS:
- Em vista do tamanho da cobertura do ESF nas três áreas e da ausência de NASF, o GT observou a necessidade, neste primeiro momento, de estreitar o contato entre as equipes de saúde da família e saúde mental, a fim de construir conjuntamente as futuras ações de matriciamento. Esta aproximação poderá ser promovida através de: participação do SF no fórum de saúde mental, participação dos profissionais da rede no curso da BABEL, visitas da saúde mental aos módulos de SF e participação nas rotinas e reuniões da ESF para uma sensibilização mútua para o trabalho.
- Garantir supervisão para os profissionais que realizam matriciamento.
- Oficializar o matriciamento nas áreas. Um dos meios mencionados pelo GT para organizá-lo propõe que cada CMS e CAPS organize suas ações de matriciamento com as equipes de saúde da família localizadas em seus territórios de responsabilidade, dividindo, entre os serviços de saúde mental, as equipes com as quais estabelecerá a parceria de trabalho.
- Pactuar com a gestão (Secretária, CAP e gerências) a construção de agenda para as atividades de matriciamento: visita domiciliar conjunta, consulta conjunta, reuniões para organização e planejamento do trabalho, oficinas, grupos, participação dos profissionais da ESF no fórum de saúde mental.
- Garantir a participação de profissionais de saúde mental no introdutório das equipes de saúde da família.
- Organizar a agenda do ambulatório para viabilizar as ações de matriciamento sem gerar descontinuidade do atendimento no ambulatório e criar algum instrumento que permita gerar faturamento destas ações.
- Agendar uma reunião com os profissionais que participaram do curso BABEL para acompanhar os desdobramentos das ações de matriciamento e incentivar para que estes a desenvolvam em suas áreas.
- Garantir espaços conjuntos de educação permanente.
- Montar um GT permanente com a participação das três áreas para organização e sustentabilidade do matriciamento.
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DAS APs 3.1, 3.2 e 3.3
Nº de participantes: 39
- De início foi constatado que não havia representantes dos ambulatórios na reunião sobre Matriciamento.
- Foi apontado por várias pessoas que os programas de ESF e NASF falam de matriciamento como se esta fosse uma idéia inovadora sem perceberem todo o trabalho que já vem sendo construído pela rede saúde da área.
- Apontam que se os CAPS e os Ambulatórios não fazem matriciamento isto se dá pela falta de estrutura nestes serviços, principalmente com relação aos recursos humanos.
- Trazem experiências de êxito no trabalho entre CAPS e PSF na área, como entre o Parque Royal e o CAPS da Ilha e entre o CAPS Fernando Dinis e PSFs da área.
- Acreditam que antes de implementar qualquer proposta nova é necessário antes avaliar as especificidades de cada área, pois cada uma delas irá apresentar problemas diferentes. Ressaltam a importância de sustentar a rede que já existe, investir na rede que já existe..
- Apontam muitas questões apresentadas no Complexo da Maré, entre elas o problema dos drogaditos que não chegavam ao serviço devido a interferência das milícias.
- Afirmam que a saúde mental não é priorizada na atenção básica, e que apesar da orientação da direção do programa ser a de acolher a todas as questões, há resistência de quem está na ponta.
- Apontam fatores históricos para o fato do PAM Ramos estar fechado.
- Queixam-se de falta de diálogo na rede e da importância da participação em Fóruns, de espaços de discussão para maior articulação da rede. Apontam também a necessidade de espaços de supervisão.
- Uma enfermeira do PSF da Vila Cruzeiro confessa haver preconceito do profissional de Saúde da Família com relação aos casos de Saúde Mental. Acrescenta não haver um espaço específico, como um turno para discussão destes casos, como ocorre com os casos de hipertenção, diabetes, gestantes, onde há um horário predeterminado para a discussão. Relata uma importante experiência de matriciamento neste PSF com o trabalho de um Musicoterapeuta e de um Fisioterapeuta.
- Outro participante discorda da necessidade de estabelecer um turno, mas acredita que esta discussão deva ser incluída de alguma maneira.
- Sobre a articulação entre os serviços, acreditam que não é suficiente a iniciativa individual e sim uma direção da gestão que ajude nesta construção.
- Citam o exemplo do PAM Maria Cristina como um lugar que recebia encaminhamentos por um técnico que os aceitava, como se estivesse fazendo um favor, e não como direção do próprio serviço.
- O CAPS F. D. pretende apoiar o PSF da Maré assim que tiver Recursos Humanos que o possibilite se encarregar desta tarefa.
- Uma técnica de PSF da AP 3.3 trouxe a experiência de terem tido suporte do CAPS Rubens Correa que foi o suficiente para que eles se sentissem autorizados a darem suas próprias soluções e encontrarem caminhos resolutivos para as situações que se deparavam, enfatizando que são profissionais generalistas e multiplicadores.
- Após a saída da articuladora Ana Carla, os Fóruns ficaram esvaziados, mas que neste momento estão sendo retomados.
- Apontam a importância de um fortalecimento da rede como um todo para a porta de saída ser assegurada. Os CAPS estão centralizadores na medida em que a rede está falha atrapalhando a porta de saída dos CAPS.
- na discussão sobre porta de saída foi apontado o problema da psicologização que pode acontecer nos ambulatórios e mesmo nos CAPS, prescrevendo indiscriminadamente acompanhamento individual, sem pensar em soluções coletivas. Alertaram sobre a importância da formação deste profissional.
- Apontam o problema dos CAPS infantis e do Torquato Neto, cujas áreas programáticas são imensas.
- Acreditam que nas áreas onde não há NASF os CAPS devem ser empoderados desta tarefa.
- O CAPSi Maria Clara Machado relata início de um trabalho em conjunto com os NASFs.
- Na área 3.2 os profissionais elogiam o fato dos Fóruns funcionarem como espaço onde todos os Serviços se Reunem.
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DAS APs 4.0, 5.1, 5.2 e 5.3
I. Ambulatório. Na nova configuração da rede como será a relação dos serviços com o ambulatório? Qual será a função da saúde mental no ambulatório e como funcionará sua porta de entrada?
II. Psicotrópicos na Atenção Básica: Necessidade de capacitação dos clínicos da ESF no uso de medicamentos psicotrópicos, além da possibilidade de haver um psiquiatra matriciando um determinado conjunto de equipes.
III. Pactuação de ações: Discussão sobre as dificuldades advindas do fato de que as ações de saúde mental realizadas na ESF não são faturadas na produtividade, gerando dificuldades para que as equipes disponibilizem-se para o trabalho de matriciamento e suas derivações.
Criar mecanismos de registro das ações de saúde mental do NASF.
Manter diálogo com os gestores locais das Organizações Sociais (OS) para pactuar ações importantes para a saúde mental levando em conta as metas de produtividade locais.
Convidar representantes das Organizações Sociais das Áreas Programáticas para participação nos Fóruns de Saúde Mental.
IV. Avaliação: Criar instrumentos de avaliação dos efeitos de ações de saúde mental na ESF, inclusive os efeitos clínicos (indicadores de hipertensão por exemplo) fruto de ações de matriciamento. Ênfase na criação de instrumentos de avaliação qualitativa.
V. Discussão sobre estratégias para incluir faturamento de ações realizadas pelos CAPS com a ESF, já que muitos das situações e casos matriciados não se revertem necessariamente na inscrição de um novo usuário.
Propostas dos profissionais:
II. Psicotrópicos na Atenção Básica: Necessidade de capacitação dos clínicos da ESF no uso de medicamentos psicotrópicos, além da possibilidade de haver um psiquiatra matriciando um determinado conjunto de equipes.
III. Pactuação de ações: Discussão sobre as dificuldades advindas do fato de que as ações de saúde mental realizadas na ESF não são faturadas na produtividade, gerando dificuldades para que as equipes disponibilizem-se para o trabalho de matriciamento e suas derivações.
Criar mecanismos de registro das ações de saúde mental do NASF.
Manter diálogo com os gestores locais das Organizações Sociais (OS) para pactuar ações importantes para a saúde mental levando em conta as metas de produtividade locais.
Convidar representantes das Organizações Sociais das Áreas Programáticas para participação nos Fóruns de Saúde Mental.
IV. Avaliação: Criar instrumentos de avaliação dos efeitos de ações de saúde mental na ESF, inclusive os efeitos clínicos (indicadores de hipertensão por exemplo) fruto de ações de matriciamento. Ênfase na criação de instrumentos de avaliação qualitativa.
V. Discussão sobre estratégias para incluir faturamento de ações realizadas pelos CAPS com a ESF, já que muitos das situações e casos matriciados não se revertem necessariamente na inscrição de um novo usuário.
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